A estreia, em televisão, de Marco Martins e Beatriz Batarda, a partir de uma ideia de Bruno Nogueira, é uma sitcom que brinca com os estereótipos. Sara estreia neste domingo, 7, na RTP2.
Uma atriz de cinema e teatro, conhecida pelo seu talento para o drama, é subitamente atacada pela “síndrome do olho seco”. Isto é, deixa de conseguir chorar, o que provoca o desespero dela própria e da dupla de realizadores que a dirige (uma espécie de Dupond e Dupont). Decide então mudar de registo, acabando por aceitar um papel de telenovela e fazer televisão pela primeira vez.
E é aqui que a realidade se confunde com a ficção: Sara marca a estreia da atriz Beatriz Batarda, conhecida pelos seu papéis dramáticos, na televisão e no registo de comédia. Também é a estreia televisiva do realizador Marco Martins, autor de dramas como São Jorge e Alice. E o grande culpado de tudo isto é Bruno Nogueira. Foi ele que teve a ideia para esta série, pensada especialmente para Beatriz Batarda, que depois foi desenvolvida com a ajuda de Ricardo Adolfo e do próprio Marco Martins.
Tendo sempre Sara como fio condutor, a série percorre vários ambientes marcados pelo universo das personagens, com interpretações de um nível pouco habitual em televisão. É o caso de Rita Blanco, que faz de amiga lésbica; Albano Jerónimo, o manager alucinado; Inês Aires Pereira, a apresentadora de televisão que quer aprender a ser atriz; ou Bruno Nogueira, o excêntrico terapeuta orientalista. E, no meio disto tudo, não há figura mais hilariante do que Nuno Lopes, a fazer de ator de telenovela.
A partir do quarto episódio, Sara começa a funcionar com vários registos e passamos a ver também excertos da novela que está a ser feita, o que torna a série ainda mais estimulante.Estreia 7 out, dom 22h.
Manuel Halpern,